Confusão no Salão Verde da Câmara dos Deputados, em Brasília, entre manifestantes favoráveis à presidente Dilma Rousseff e integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - 28/03/2016(Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Por: Felipe Frazão, de Brasília
Sob protestos de militantes do PT
arregimentados por deputados do partido, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
protocolou na tarde desta segunda-feira na Câmara dos Deputados um novo pedido
de impeachment da presidente da República Dilma Rousseff. A documentação será
encaminhada para a apreciação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Quando
chegou à Câmara portando os seis volumes que em mais de 1.600 páginas compõem o
pedido de impeachment, o presidente da OAB, Claudio Lamachia, foi recebido com
protestos de petistas e militantes da União da Juventude Socialista (UJS), um
dos movimentos sociais que apoiam o governo Dilma. Alvo de tentativas de
agressão, o Lamachia foi isolado dentro do elevador privativo dos deputados.
Por causa do tumulto,ele não conseguiu chegar até a seção de protocolo da
Câmara e entregou o pedido ao secretário-geral da Mesa Diretora, Silvio Avelino
da Silva.
Desde a
manhã desta segunda-feira os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Elvino Bhon Gass
(PT-RS) andavam pelos corredores da Câmara acompanhados de servidores
comissionados e militantes. Integrado, entre outros, pelo agitador petista
Rodrigo Grassi, o Pilha, ex-assessor da deputada Erika Kokay (PT-DF) com longa
ficha na Polícia Legislativa, o grupo gritava "Não vai ter golpe" e
"A OAB apoiou a ditadura".
Mais cedo,
Lamachia recebeu na sede da OAB em Brasília um grupo de advogados que discorda
do apoio ao impeachment e cobrava uma consulta nacional a todos os integrantes
da ordem. Eles protestaram com cartazes em frente ao prédio da OAB. "Isso
deve ser encarado como uma divergência, não como um racha na OAB", ponderou
o presidente da entidade.
Nova denúncia - A nova denúncia por crime de responsabilidade
tem por base, além das pedaladas fiscais que já constam no pedido de
impeachment em tramitação no Legislativo, ajuizado pelos juristas Miguel Reale
Jr, Hélio Bicudo e Janaina Paschoal, a tentativa de nomear o ex-presidente Lula
como ministro da Casa Civil para blindá-lo, com foro privilegiado, de um pedido
de prisão preventiva, acusações da delação premiada do senador e ex-líder do
governo Dilma Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e a renúncia fiscal em favor da
FIFA na Copa do Mundo de 2014.
No último
dia 18, o conselho federal da OAB aprovou em plenário o apoio ao impeachment da
presidente por 26 votos a 2 - os únicos contrários foram do membro honorário
Marcelo Lavenère, representante de ex-presidentes, e da seccional do Pará.
O
presidente da OAB afirmou que a decisão foi democrática. "A OAB envolveu
mais de 5.000 dirigentes da Ordem e os 27 Estados. A decisão é absolutamente
técnica", disse Lamachia. "A questão política e partidária, as
ideologias não nos pertencem."
Na semana
passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia dito que não
despacharia de imediato o pedido da OAB.
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